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12-06-2014

Aveiro: Escola superior de saúde da UA desenvolve programa de reabilitação respiratória.


Dá pelo nome de doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC), embora seja também normalmente designada por bronquite crónica ou ...

Dá pelo nome de doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC), embora seja também normalmente designada por bronquite crónica ou enfisema, e tem na Escola Superior de Saúde da Universidade de Aveiro (ESSUA) uma resposta eficaz e gratuita. Desenvolvido por uma equipa de investigadores daquela Escola o programa de reabilitação respiratória de uma doença que afeta cerca de 500 mil pessoas em Portugal permite melhorar em 20 por cento a tolerância ao esforço, entre 50 a 60 por cento a força muscular e em 30 por cento quer a sintomatologia (como falta de ar, tosse, pieira ou fadiga) quer a qualidade de vida relacionada com a saúde.

O programa de reabilitação respiratória da ESSUA é realizado em grupo e integra duas componentes principais, a fisioterapia respiratória e o apoio psicoeducativo.

“O principal objetivo é reabilitar as pessoas com DPOC e ajudá-las a ajustarem-se melhor aos impactos da doença”, explica Alda Marques, a investigadora responsável.

A fisioterapia respiratória consiste em sessões de exercícios de controlo respiratório e de higiene brônquica e exercício físico. “Cada sessão de fisioterapia é composta por aquecimento e exercícios de controlo respiratório, treino aeróbio e de força muscular, treino de equilíbrio e arrefecimento, incluindo também técnicas de relaxamento”, aponta a especialista em doenças respiratórias.

Por outro lado, o apoio psicoeducativo tem como objetivo geral capacitar as pessoas com estratégias instrumentais e emocionais de forma a facilitar um ajustamento funcional e saudável à DPOC. “Temas como a informação acerca da doença, tratamento e evolução, gestão dos sintomas e controlo de exacerbações fazem parte desta componente”, esclarece Alda Marques.

As sessões de reabilitação têm sido ministradas até agora de forma gratuita já que o projecto de investigação da ESSUA obteve financiamento da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT).

A estrutura base do programa de reabilitação respiratória da ESSUA é semelhante à de outros programas implementados a nível nacional e internacional. Mas o êxito do programa dos investigadores de Aveiro está nas suas especificidades.

“Os programas [já existentes] são geralmente implementados a nível hospitalar e a nossa equipa de investigação está a demonstrar que programas semelhantes podem ser aplicados no seio da comunidade com benefícios idênticos”, explica Alda Marques. Por isso, e ao contrário dos programas em meio hospitalar, os familiares mais próximos são também convidados a participar na componente psicoeducativa. Isto permite a toda a família ajustar-se ao desafio que é conviver com uma doença crónica.

Para além disso, os programas de reabilitação respiratória já existentes integram essencialmente pessoas numa fase mais avançada da doença que geralmente progride para manifestações extrapulmonares, como o descondicionamento físico, a fraqueza muscular e a perda de peso, factores que agravam ainda mais o estado de saúde da pessoa. A equipa da ESSUA está a conseguir demonstrar que a integração de pacientes em fases mais iniciais da DPOC pode ser benéfica e até mesmo retardar a progressão de uma doença que é muito incapacitante em estadios mais avançados.

“A participação no programa da ESSUA permite às pessoas com DPOC aumentar a tolerância a pequenos esforços, como caminhar ou subir escadas, diminuir a sensação de falta de ar e o cansaço”. Desta forma, garante Alda Marques, “sentir-se-ão melhor e mais capazes para realizar as suas atividades diárias”. A participação no programa de reabilitação respiratória permite também esclarecer dúvidas em relação à doença, aprender a preveni-la e a gerir eventuais recaídas.

Além disso, “durante o programa há a possibilidade de conhecer outras pessoas e famílias a vivenciar o mesmo problema, sendo uma oportunidade de partilha de experiências”.

O trabalho da ESSUA com pessoas com DPOC iniciou-se em 2010, através de um projeto financiado pela FCT, designado “Reabilitar pessoas idosas com DPOC e suas famílias: promover programas de intervenção integrados baseados na CIF” e contou com uma equipa de investigação composta por Alda Marques e Daniela Figueiredo, docentes e investigadoras da Universidade de Aveiro, tendo recebido a consultoria da Professora Dina Brooks da Universidade de Toronto (Canadá), uma das maiores especialistas mundiais em reabilitação respiratória.

Numa primeira fase, este projeto pretendeu conhecer as dificuldades, limitações e necessidades das pessoas com DPOC e das suas famílias, uma vez que estes dados ainda são desconhecidos em Portugal. Como resultado, cerca de 400 pessoas com DPOC e respetivos familiares foram avaliados em diversas unidades de saúde do Agrupamento de Centros de Saúde Baixo Vouga e nos Hospitais Infante D. Pedro (Aveiro) e São Sebastião (Santa Maria da Feira).

A segunda fase do projeto consistiu no desenho e implementação de um programa de reabilitação respiratória, tendo em conta os dados da primeira fase e as recomendações internacionais. Cerca de 60 pessoas com DPOC e respetivos familiares foram envolvidos nas seis edições do programa. As primeiras quatro realizaram-se nas instalações da Unidade de Saúde Familiar Moliceiro e Unidade de Saúde Familiar Flor de Sal, localizadas no edifício do Centro de Saúde de Aveiro. As seguintes aconteceram já nas instalações da ESSUA, onde está a decorrer neste momento a sétima edição.

Estes programas, abertos à comunidade, cuja participação atual é totalmente gratuita, uma vez que estão integrados em projetos de investigação financiados pela FCT “têm tido um enorme sucesso junto da comunidade, como o testemunham as pessoas envolvidas nas seis edições já realizadas”, sublinha Alda Marques.

Texto: UA

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